By Nuno Guilherme

 
Do mesmo modo que muita gente resolve adiar o casamento porque não tem condições financeiras para casar, também existem muitos bons potenciais empresários que adiam a sua decisão de se lançarem por conta própria porque não têm condições financeiras.

Julgo que na maior parte dos casos se trata de um falso problema.

Existem casos bem conhecidos de negócios e empresas, nomeadamente ligados a grandes grupos, constituídas com fundos mais do que suficientes, que não recuperam esses investimentos, acabando por encerrar ou fundir esses negócios. Isto acontece em empresas com poder financeiro, se for numa empresa com debilidades financeiras, acaba por falir.

A criação duma empresa com fundos excessivos é a uma das principais razões do seu insucesso. Obviamente que este factor está muito relacionado com a experiência e competência dos gestores dessas empresas.

Este fenómeno tornou-se bem visível nos apoios concedidos por empresas e fundos de investimento em empresas de novas tecnologias. Para alguém entregar 5 milhões de euros para criar um Portal XPTO para apresentar ou vender X produtos ou serviços, terá que possuir uma forte razão e um plano de negócios bem fundamentado para o fazer.

Poderia apontar uma mão cheia de casos que conheci nos últimos anos em que esta experiência foi feita com perdas muito significativas para os investidores. Quando se tratam de grandes empresas estas situações passam “despercebidas” porque a cadeia de decisão assim o determina, uma vez que tem de defender a sua posição e assumir perdas por má decisões não é a melhor forma de o fazer.

Considero que o volume de meios financeiros colocados à disposição duma equipa de gestão deve ser proporcional ao carácter experimental do negócio e às “certezas” comerciais que estes garantem no seu plano de negócios.

Não sei se um casamento com dinheiro é sinal de felicidade ou de sucesso, mas sei que o dinheiro não é tudo para o sucesso dum negócio, nem é a condições essencial para Ser Empresário.